Mato Grosso do Sul – O Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou o pastor David Tonelli Mainarte por estelionato após ele ser acusado de fazer falsas promessas de curas milagrosas. Em vídeos divulgados em suas redes sociais, o pastor afirmava ser capaz de realizar tratamentos que resultariam no “nascimento de dentes”, na “reconstrução de seios”, e até na cura de cegueira e paralisia.
A denúncia, revelada pelo jornal Estado de S. Paulo e confirmada pelo GLOBO, foi motivada pelo relato de uma mulher que, em 2016, procurou Mainarte após ver sua divulgação na internet.
De acordo com a denúncia, a mulher, moradora de Dourados (MS), entrou em contato com o pastor para remover uma mancha em sua perna. Após conversas com o líder religioso, ela foi orientada a pagar R$ 1.680 para cobrir despesas com passagens, alimentação e um valor em espécie para o atendimento, que seria feito em Campo Grande (MS).
Desesperada com seu problema, ela efetuou o pagamento, mas, após uma sequência de sessões, não percebeu nenhum resultado e começou a questionar o pastor. Sem resposta, ela registrou a denúncia às autoridades.
Em vídeos antigos compartilhados por Mainarte, ele aparece realizando atos que sugerem curas milagrosas. Em um desses vídeos de 2012, intitulado “Missionário David Mainarte – Dente nascendo na hora”, o pastor é visto mexendo na boca de uma mulher enquanto ela está imóvel, e as pessoas ao redor afirmam que um dente está “crescendo”.
Em outro vídeo, ele aparece orando por uma mulher, alegando que uma cicatriz havia sumido após a oração. Em um terceiro vídeo, o título sugere que a mulher teve o “seio reconstruído na hora”.
O promotor de Justiça, João Linhares, que assina a denúncia, descreveu o pastor como alguém que explora a vulnerabilidade das vítimas, se passando por detentor de poderes sobrenaturais para realizar curas milagrosas.
“Trata-se de um imputado que habitualmente manipula vítimas, explorando a vulnerabilidade de pessoas em extrema aflição”, disse o promotor.
A denúncia foi aceita pelo juiz Marcelo de Silva Cassavara, da 1ª Vara Criminal de Dourados, que concedeu ao pastor um prazo de 10 dias para apresentar sua defesa.
Em entrevista ao GLOBO, Mainarte afirmou estar ciente dos vídeos, mas negou saber da denúncia e declarou que atualmente não realiza mais orações por sinais, limitando sua participação a uma igreja no interior de São Paulo.
Fonte: D24am.