Manaus – A manhã desta quarta-feira (28/8) foi marcada por um clima de profunda tristeza e indignação no velório de Jones Mota Lopes, de 55 anos, que foi brutalmente espancado até a morte por um grupo de motoqueiros na noite da última terça-feira (27). O velório ocorreu na Funerária Almir Neves, no Centro de Manaus, onde amigos, familiares e colegas de trabalho compareceram para prestar suas últimas homenagens ao motorista, que dedicou mais de 20 anos de sua vida ao transporte, tendo já atuado como taxista e empresário do ramo.
Jones Mota Lopes era pai de três filhos, um deles mora em Curitiba e os outros dois menores de idade residem em Manaus. O trágico evento que levou à sua morte abalou profundamente a família. Segundo relatos, os filhos menores descobriram sobre o falecimento do pai pela televisão. A esposa e o sobrinho, ainda tentando encontrar uma forma de dar a terrível notícia às crianças, foram surpreendidos quando o filho mais novo entrou em casa dizendo: “Mamãe, mataram o papai com uma pedrada na cabeça, eu vi na TV”.
O crime ocorreu na avenida Autaz Mirim, na zona leste da capital amazonense. De acordo com testemunhas e imagens de câmeras de segurança, Jones atropelou um motociclista no bairro Armando Mendes e, em seguida, tentou fugir do local. Essa atitude provocou uma reação violenta dos outros motociclistas que presenciaram o acidente. Eles iniciaram uma perseguição, alcançaram o veículo e forçaram Jones a parar. O empresário foi retirado do carro e agredido covardemente com socos, chutes e pedradas. A brutalidade foi registrada em vídeos que circulam nas redes sociais, onde uma das pessoas que filmava a ação chega a mencionar o nome de um dos agressores, “Felipe”.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado, mas ao chegar ao local, constatou que Jones já estava morto. O corpo foi removido para o Instituto Médico Legal (IML) para os procedimentos de necropsia.
Apelo por Justiça
Diante da brutalidade do crime, os familiares de Jones Mota Lopes estão inconsoláveis e clamam por justiça. “Meu irmão era um homem de bem, não merecia isso. Pedimos que quem tiver qualquer pista sobre esses criminosos nos ajude. Queremos justiça”, declarou o irmão da vítima, visivelmente abalado.
Investigações em Curso
A Polícia Civil do Amazonas já iniciou as investigações para identificar e capturar os autores do linchamento. A delegada responsável pelo caso afirmou que as imagens das câmeras de segurança serão fundamentais para a identificação dos suspeitos. Além disso, a polícia está ouvindo testemunhas e analisando as informações coletadas no local do crime.
Este crime bárbaro chocou a cidade de Manaus e deixou uma família destruída, que agora busca respostas e punição para os responsáveis pela morte de Jones Mota Lopes.
Repúdio
A Liderança União dos Entregadores do Amazonas emitiu uma nota de repúdio referente aos eventos ocorridos ontem, nos quais motociclistas, que não representam a categoria dos motoboys, cometeram ações que vão contra os valores e a ética da classe. A organização enfatiza que a maioria dos motoboys são trabalhadores honestos e que repudia veementemente qualquer conduta que prejudique a imagem dos profissionais.
A nota, assinada pela advogada Paula Assunção, reforça o compromisso da categoria com um trabalho ético e responsável, apelando para a compreensão e apoio da sociedade a fim de manter o respeito e a integridade que sempre caracterizaram os serviços prestados pelos motoboys.
Abaixo, a nota na íntegra:
“A LIDERANÇA UNIÃO DOS ENTREGADORES DO AMAZONAS, manifesta seu profundo repúdio às ações cometidas ontem por motociclistas que não representam a categoria de motoboys. A classe é composta, em sua maioria, por pessoas trabalhadoras e honestas, e esse tipo de ação merece total repúdio!
Reiteramos nosso compromisso com o trabalho ético e responsável, destacando que tais condutas não refletem os valores da nossa categoria. Contamos com a compreensão e apoio de todos para manter o respeito e a integridade que sempre pautaram nosso serviço.
Atenciosamente,
LIDERANÇA UNIÃO DOS ENTREGADORES DO AMAZONAS DELIVERY
Por sua advogada Paula Assunção”.
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