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Facção comete maldade inimaginável contra jovem trans: “eles não gostavam de como ela se vestia”, diz amiga; veja vídeo

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Mundo – Um crime bárbaro reacendeu o debate sobre a violência contra pessoas trans na Colômbia e chocou o país com sua brutalidade. No município de Bello, ao norte de Medellín, Sara Millerey González, uma mulher trans de 32 anos, foi cruelmente assassinada no início de abril, em um ataque que amigos e ativistas descrevem como “uma execução com motivação transfóbica”.

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Segundo relatos, Sara foi abordada por membros de uma facção criminosa local que, conforme denúncia de uma amiga próxima, não aceitavam sua identidade de gênero e sua maneira de se vestir. “Eles diziam que ela chamava atenção demais. Que não gostavam do jeito dela se vestir como mulher”, contou a jovem, que preferiu não se identificar por medo de retaliação.

As agressões começaram por volta das 21h do dia 4 de abril. De acordo com as autoridades, Sara foi espancada com extrema violência: teve os braços e pernas fraturados antes de ser arremessada viva em um barranco na região de Playa Rica, onde acabou se afogando. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra seus últimos momentos, enquanto ela luta para sobreviver, gritando por socorro com dificuldade de se mover.

Ela ainda foi resgatada com vida, mas sucumbiu no hospital no dia seguinte, 5 de abril, devido à gravidade dos ferimentos e da ingestão de água. A confirmação de sua morte, divulgada no domingo (6), gerou profunda comoção entre familiares, amigos e representantes da comunidade LGBTI+ de Antioquia. “Foi uma execução. A forma como fizeram isso com ela foi desumana, como em um filme de terror”, disse um dos líderes do coletivo Transvidas Medellín.

Escalada de violência e impunidade

O assassinato de Sara ocorre em um contexto alarmante para a população trans na Colômbia. Dados da Defensoria do Povo apontam que os casos de agressão contra pessoas trans e não binárias aumentaram quase 30% entre janeiro e outubro de 2024. No mesmo período, foram registrados 258 episódios de violência, sendo 26 deles resultando em morte.

Antioquia, onde o crime aconteceu, é um dos departamentos com maior número de ocorrências, ao lado de Norte de Santander, Meta, Santander e Valle del Cauca. Especialistas alertam para o avanço do discurso de ódio e o crescimento de ações violentas alimentadas pela impunidade e pela ausência de políticas públicas de proteção.

Em resposta ao crime, o presidente Gustavo Petro exigiu celeridade nas investigações. “Esse tipo de maldade não pode ficar sem resposta. Que a justiça atue com firmeza e urgência”, afirmou. A Fiscalía General da Colômbia anunciou uma recompensa de 100 milhões de pesos por informações que levem à prisão dos responsáveis. O prefeito de Bello acrescentou mais 50 milhões à recompensa, mas, até o momento, ninguém foi preso.

CM7