Brasil – Um um discurso inflamado durante a inauguração do Hospital Universitário do Ceará, em Fortaleza, na noite de quarta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu endurecer o combate à criminalidade no Brasil. “A gente não vai permitir que os bandidos tomem conta do nosso País. A gente não vai permitir que a república de ladrões de celular comece a assustar as pessoas nas ruas desse País”, declarou o petista, em tom firme, ao defender a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que deve ser enviada ao Congresso nas próximas semanas.
A PEC, segundo Lula, é uma resposta direta ao avanço do crime organizado e busca integrar esforços entre governo federal, estados e municípios para mostrar que “o Estado é mais forte que os bandidos”. “É por isso que nós estamos apresentando uma PEC da Segurança para que a gente possa, junto com os governadores de Estado e com os prefeitos, definitivamente dizer que o lugar de bandido não é na rua assaltando e assustando as pessoas, e matando pessoas”, reforçou o presidente. O texto, já concluído pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, prevê mudanças como a constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública e a redefinição de papéis das forças policiais, como a transformação da Polícia Rodoviária Federal em Polícia Viária Federal, focada em policiamento ostensivo.
A fala de Lula marca uma mudança de tom em relação a declarações passadas que geraram polêmica. Em 2019, pouco após deixar a prisão em Curitiba, o então ex-presidente criticou a ação policial contra jovens envolvidos em pequenos delitos. “Eu não posso ver mais jovem de 14 e 15 anos assaltando e sendo violentado, assassinado pela polícia, às vezes inocente ou às vezes porque roubou um celular”, disse ele, em discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. À época, a declaração foi interpretada por opositores como uma relativização do crime, o que rendeu críticas duras de setores conservadores e da oposição.
Fonte: CM7